sexta-feira, 27 de março de 2015

O Suicídio e o Trabalho que revigora

Um olá especial aos leitores maravilhosos.



Como foi a semana de vocês? E as práticas de meditação, educação e compaixão? Alguém se arriscou a mergulhar no mundo dos trabalhos voluntários? Não?! Posso garantir-lhes que após a publicação dessa semana, você que não se sentiu totalmente disposto a ser um voluntário irá pensar no assunto. Porém quero preparar-lhes pois o assunto é mais delicado, carece de atenção, cuidado, de compaixão e disposição.
Conhece alguém que suicidou-se ou pensou em cometer tal ato? Ou mesmo você? Já cogitou essa possibilidade? Infelizmente o número de suicídios é crescente, tanto no Brasil como no mundo. Conforme o artigo lido essa semana “Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre “, o número é alarmante, em 2010 foram  registrados “160 óbitos por suicídio, o que significa que a cada 2 dias e 6 horas uma pessoa suicidou-se” na capital (VENTURELA, Patrícia D’Avila, Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre, 2011, p. 10). Mas talvez o mais triste seja que o ato é cometido para comunicar algo a sociedade, a um grupo ou especificamente a alguém, a pessoa não encontra uma maneira de ser ouvido em vida e utiliza a morte como recurso - o último – para falar da vida. Freud, por exemplo, co-relaciona com a melancolia, que para o neurologista criador da psicanálise é o suicídio sem a ativação do ato e é caracterizada pelo luto, sonhos ou desejos perdidos, a dor da perda enfim, o esvaziamento do alma.
DURKHEIM – sociólogo, psicólogo e filósofo francês - cita no texto que há 3 tipos básicos de suicídio, que são:
·Suicídio Egoísta: conseqüência do excesso de individualização;
·Suicídio Altruísta: ao contrário do egoísta, é quando o individuo encontra-se fortemente integrado no grupo social e muitas vezes confunde-se com o todo;
·Suicídio Anônimo: quando o indivíduo não apresenta-se regularmente no âmbito social, ocasionado por mudanças repentinas e procura relacionar o ato com coisas externas.
O julgamento é moral e de valores muito severos, as pessoas que tentam e não conseguem finalizar por algum motivo, muitas vezes, são atendidas com primeiros socorros nos hospitais e clinicas, porém, após isso são ignoradas, desprezadas, os trabalhadores preferem cuidar de pessoas que querem viver sendo que muitas das quais quase morreram são as que mais precisam de atenção e amor. O que você faria? Daria atenção aquela pessoa que deseja morrer?
Felizmente existem pessoas que dedicam muito tempo de suas vidas cotidianas voluntariamente – é queridos, voltei ao voluntariado, realmente esse trabalho chama muito minha atenção – em prol da valorização da vida, e por isso que foi criado em 1962 o Centro de Valorização da Vida (CVV), que “foi reconhecida como entidade de utilidade pública federal pelo decreto lei nº 73.348 de 20 de dezembro de 1973” (site CVV). O trabalho voluntário é realizado em todo o Brasil, via telefonem, chat ou presencial e aborda os conhecimentos do psicólogo norte-americano Carl Rogers, no que diz respeito ao uso de abordagem centrada na pessoa, ou seja, tenta-se ao máximo colocar-se no lugar dela e pensar como ela pensa porque afinal, “cada pessoa tem que utilizar sua experiência da maneira que lhe é própria”.
Ponto importante sobre o trabalho realizado é que todos que voluntariam-se passam por um treinamento, onde apresenta-se as Condições Facilitadoras do Crescimento. Primeiramente, deve-se compreender empaticamente o individuo que procurou ajuda, levando-o a um processo de auto-explorarão que se desenvolve no decorrer do diálogo. A medida que o dialogo vai avançando, o voluntário deve ir ao encontro das necessidades fundamentais de todo ser humano, ser aceito e amado, criando condições ao indivíduo, favorecendo a aceitação. Por ultimo é importante ser congruente, precisa demonstrar que no momento do diálogo, a sinceridade, a verdade e a transparência são extremamente importantes. Em momento algum deve-se dizer a opinião própria, apenas pôr-se a disposição de ouvir e apoiar.
Essa semana o foco foi mais presente no suicídio e no trabalho voluntário exercido para evitá-lo, mas quero ressaltar que qualquer tipo de voluntariado é valido e demonstra-se através da solidariedade, altruísmo e compaixão , além disso, do ponto de vista psíquico melhora a qualidade de vida dos indivíduos, revigora os  que praticam e recebem.

Obrigada pela atenção. Vamos praticar é apenas questão de treino e força de vontade!

Beijos e Borboletas <3

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"Seja forte e corajoso! Não se apavore, nem se desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar." Josué 1:9

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Fonte: VENTURELA, Patrícia D’Avila, Prevenção do Suicídio: Um relato da Capacitação dos Voluntários do Centro de Valorização da Vida (CVV) no Município de Porto Alegre, 2011 --> texto base

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